quarta-feira, novembro 11, 2009

Fernanda Young na Playboy!!!

Vi partes da entrevista coletiva de Fernanda Young no lançamento de sua Playboy. Pra variar, estranho.
Em alguns momentos, parecia uma palestra chata e mal-feita em faculdade de segunda classe. Em outros, não parecia nada.
Young afirmou que pretende mudar a estética do erotismo brasileiro e que não se reconhece nas mulheres que posam para revistas masculinas. Também falou da breguice de boa parte dos ensaios das revistas masculinas.
Pensemos: existem estéticas eróticas predominantes, mas não absolutas. As pessoas gostam de aparências variadas: gordinhas, magricelas, mulherão, mignon, negras, loiras, com seios fartos, com falta de seios, culotes, celulites, lisinhas, siliconadas, lipoaspiradas, com tatuagens ou não, inteligentes ou não. Outra coisa, também muito óbvia: as estéticas predominantes variam ao longo da História. uma pessoa solitária, posando para uma revista, não tem esse poder todo, não – ou Ida, Hortência, e mais algumas mulheres que não figuram no imaginário popular já o teriam feito. A verdade é que as pessoas não costumam gostar de mulheres que considerem feias, digo isso do ponto de vista puramente estético-corporal (pareço a Fernanda Young falando, perdão). Talvez, em algum momento da História Young seja considerada uma pessoa bonita. E aguardar...
Quanto à breguice, pensemos o seguinte: não deve existir chavão e cafonice maior do que posar vestida de coelhinha, como Young aparece logo na capa.
Ah, ela também falou mal das mulheres fruta e das ex-BBBs. Pensemos: elas agradam ao público em geral: são bonitas, corpulentas, bem-cuidadas, bem-talhadas. E, muitas delas, sendo limitadas do ponto de vista intelectual, falam pouco e somente sobre coisas que suas mentes alcançam. Por que Fernandinha não faz isso? Ou todo mundo acha que ela é realmente uma intelectual? Os roteiros de Os normais e Muito gelo e dois dedos d´água são exemplos de inteligência, de estética artística bem elaborada ou de qualquer coisa do gênero? Era só falar palavrão, Fernanda, que você ficaria muito à vontade.
Pra completar pensemos em mais uma coisa: Fernanda pediu que as pessoas comprassem a revista e passassem para dez pessoas; essa corrente,segundo a escritora, modelo e atriz, daria sorte. Algo como pisar na merda, manja?

quarta-feira, novembro 04, 2009

Entranhado

Tatuaram-se em mim tuas pegadas
Por onde fores, sempre estarei em tua direção
Tatuou-se em mim tua língua
Minhas palavras, por mais que voem
Ouvirão de leve teu sussurro
Tatuou-se em ti meu olhar
O que vires terá um pedaço de minhas lentes
Tatuaram-se em mim os teus seios
O que me alimentar, será um pouco do teu leite
Tatuou-se em nós a felicidade
Em vários caminhos por que andemos
Seremos outros, teremos outros
Mas sempre os mesmos.

domingo, novembro 01, 2009

Linchamento Acadêmico

Geisy é uma jovem de vinte anos, bonita, atraente e certamente cobiçada por muitos homens de idades, grau de escolaridade e credos variados. Ela é estudante de Turismo na UNIBAN ABC. Geisy quase foi linchada e estuprada pelos colegas num dia em que resolveu ir cm um vestido talvez pouco apropriado para a ocasião.
Pode-se discutir a pertinência de certos tipos de roupa em universidades, mas cada vez mais essa discussão perde o sentido, pois é muito comum ver homens e mulheres usando bermudas, roupas decotadas e curtas. Pode-se discutir moralismos pautados em opções religiosas e individuais – homens e mulheres podem julgar determinados tipos de roupas contraditórios com sua fé pessoal – eu mesmo tenho e já tive colegas que usam véus e roupas que cobrem todo o corpo na universidade em que estudo. O que não se pode questionar é o respeito o ser humano, independente da roupa que ele esteja usando.
Alegou-se que Geisy estava gostando do alvoroço que causou entre os colegas e que os estimulou levantando a já curta barra do vestido, que os seguranças deveriam tê-la barrado já na entrada – embora outras garotas e a própria Geisy já tivesse ido à aula com roupas do mesmo padrão – e um professor da UNIBAN, que sequer viu a jovem, é da opinião de que a garota estava vestida muito mal e que a culpa do tumulto é exclusivamente da jovem.
O caso é nojento. O comportamento animalesco dos “universitários”, certamente ocorreu porque os jovens, preconceituosos, que se achavam no direito de humilhar, ameaçar e perseguir uma jovem por ser ela bonita e estar vestida de modo sensual, julgam a si mesmo superiores à normas, contratos sociais e à própria jovem; afinal, a jovem, “que se vestia como garota de programa” – opinião com a qual não partilho – dava o direito a cerca de 700 jovens de até mesmo estuprá-la, como alguns chegaram a sugerir. Além da falta de respeito às mínimas regras de convivência, aqueles “estudantes” contavam com a impunidade – que certamente virá, pois em algumas semanas todo mundo vai esquecer o que aconteceu e a universidade não pensa em perder 700 pagantes, certamente muitos deles com a receita garantida, bancados pelo PRO-Uni.
O que pode servir de conforto para a sociedade – seriam esses jovens os futuros governantes do Brasil e estaríamos condenados a uma volta ao feudalismo? – é que a maioria absolutíssima daqueles pequenos monstros não chegará a grandes feitos acadêmicos e profissionais, acredite. Apenas um ou outro daqueles canibais ascenderá e terá alguma influência no destino do nosso país.
Agora, o que é triste mesmo é que fatos como esses nos deem a certeza do que algo no meio acadêmico, ainda mais nessas “universidades” sem projeto pedagógico consistente, ocupadas que são em aumentar o número de clientes se ma menor preocupação em aumentar a qualidade de seus cursos, algo vai de péssimo a horripilante. Quem não aprende a respeitar o próximo e consegue, sem o menor remorso, se colocar a cima dele não aprendeu absolutamente nada de útil para si mesmo ou para a sociedade.

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